Consciente
Vi o Manuel Cargaleiro na RTP2. Estavam a anunciar a inauguração de uma exposição em Gaia e de repente 'O autor...' e ei-lo. Vivo, para meu espanto.
Não, nunca me tinham anunciado a sua morte mas as artes plásticas estão-nos, hoje, tão distantes pela ausência de obras e artistas do quotidiano que assumi, inconscientemente, que os nomes que ouvi desde sempre, desde quando esperava um novo episódio da 'Rua Sésamo' já não estavam entre nós.Está vivo e activo. Lúcido, que é o adjectivo que todos evocam quando alguém de 96 anos é vivo e não vegeta à sua frente. Sim, lúcido, mas com uma lucidez que ultrapassa a simples coordenação, com uma lucidez que se nota antiga, intrínseca. Uma lucidez que o faz rejeitar a imagem tipo do artista 'inquieto', sofrido tomado inquietações que classificam a sua obra em 'fases'.
É, e é alegre enquanto pinta.
Preocupa-o a falta de apoios a outros artistas. Os outros que deviam cultivar mais a empatia e menos a sobranceria. A entrevista foi despachada em menos de 5 minutos.
Os últimos anos de vida são quase sempre dramáticos, sobretudo pelo silêncio. Ou porque já se disse tudo, ou já não damos pelo tempo que passa..
ResponderEliminarÉ um erro crasso pensar-se que a vida é cor de rosa. Ou amável para todos.
Saúdo o seu regresso à blogosfera.
Nem rosa nem totalmente negra.
EliminarObrigada
Cargaleiro é um artista tranquilo e solidário com os outros artistas, sei disso.
ResponderEliminarVoltarei a este seu espaço.
Verdade.
ResponderEliminarObrigada!