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A mostrar mensagens de outubro, 2023

Cinema

'Gosto de cinema', é uma afirmação como outra qualquer, desprovida da profundidade que o outro normalmente espera. – Ai, sim? Gostas de cinema. Então e porquê? – O outro é chato! Não me identifico muito com ele, deixa-me desconfortável. Eu ficaria só pelo – Gostas? Que bom! – Mas o outro quer sempre mais. Não é que eu ligue muito ao outro, mas como recebi uns meses de assinatura da plataforma de streaming Filmin  ao assinar o jornal Público num breve acesso de loucura, resolvi que ia tirar notas de todos os filmes que visse nessa plataforma. Tenho o telemóvel cheio de notas.  Não caí na tentação de atribuir estrelinhas como os críticos do Público que devem tirar um certo prazer disso – Scorsese? Uma estrelinha! Assim percebem que sou muito exigente e não me vergo aos grandes… Acho que procurava só ser  uma espectadora mais emancipada , não esperava erudição, mas também não sei se o que devia esperar era o que à distancia encontrei. Segue-se um exemplo.   Ida (2013) by 

No caminho dos outros

  Já não há burros que nos carreguem no percurso até à Quinta de Vila Nova.  Seriam úteis, apesar de o caminho não ser muito longo é demasiado longo para o pouco que estamos habituados a andar. Seriam tão úteis como devem ter sido ao Jacinto quando percorreu pela primeira vez o caminho que hoje tem o seu nome e pelo mesmo motivo, o sermos demasiado urbanos para isto. ‘Aregos’, lembro-me de em miúdos esperarmos ansiosos pela próxima estação, prontos a exibir as habilidades de leitura e acharmos muita piada aos nomes, cada um mais estranho do que o outro. Os nomes das estações na direção inversa não suscitavam tanta gargalhada. Caldas de Aregos, Caldas de Canaveses…gostava quando me diziam que ali eram as caldas. As termas remetiam-me para senhoras de vestidos longos, chapéus e sombrinhas... Influencia das séries inglesas que passavam na televisão. Sente-se a falta de gente nas ruas. As poucas que se vêem entretêm-se nos quintais, tentam contrariar a seca. - Ao preço a que as coisas

Nobel

  Mais uma vez, o Nobel da Literatura, não foi para Lobo Antunes ou, para outro português. Nem vai enquanto não houver uma aposta governativa semelhante à que fazem com o patrocínio a grandes obras de arte que são só isso, grandes, e com a internacionalização do cinema. Sendo que no caso do Turismo é incompreensível que não façam mais promoção ou eventos literários já que não deve existir um único município sem uma Casa-Museu ou centro de interpretação dedicado a um escritor. Os portugueses são frequentemente acusados de não se interessarem por literatura, mas os portugueses adoram os seus escritores e usufruem deles na medida em que eles lhes são oferecidos. Mesmo que o que lhes ofereçam seja só o orgulho na conterraneidade. O nome da rua, a estátua do largo, o túmulo e a casa-museu que visitam amiúde ao longo da escolaridade obrigatória...  Depois, os poucos eventos locais destinam-se aos doutores e políticos que vão a convite e não são muito abertos à diferença, ao empregado fabr