alma.na.que


A minha mãe guarda os Almanaques dos Missionários da Boa Nova no armário da casa-de-banho. Tem uma colecção muito expressiva, o mais antigo é de 2000. Não sei como começou, mas entretanto já me sinto super capaz de cuidar da horta que não tenho. 


Em Novembro, plante alhos!

Nem toda a gente gosta de alhos, eu gosto de alhos, são úteis.


Estes Almanaques têm o propósito de patrocinar as missões desenvolvidas pela congregação, em África. Contam a vida dos santos, informam as estações, os dias e as luas, como tratar da horta e têm algumas páginas dedicadas a um 'humor de caserna' a que a minha mãe não resiste. Volta e meia diz apontando na direcção da casa-de-banho 'num daqueles Almanaques, que estão ali...' e todos sabem que vai repetir uma das piadas que vem como nova mais ou menos de três em três anos. 

Antigamente, as revistas dos missionários eram vendidas por uma velhinha, ligeiramente corcunda, que nos salvava muito baixinho com um 'louvado seja nosso senhor Jesus Cristo' a que nós, miúdos, nunca sabíamos bem como responder. Agora, não sei muito bem como é que os Almanaques chegam ali, à casa-de-banho, mas o facto é que chegam e são difíceis de resistir. Às vezes comprava o Borda d'água nas ruas de Coimbra e tenho um ou outro Almanaque da Bertrand que funcionam como "A Minha Agenda" versão adulta, de vez em quando consulto e rabisco umas coisas, no entanto, nenhum me foi tão irresistível e útil como são os Almanaques da Boa Nova. Acho que ando a guardá-los mal...

Comentários

  1. Aprecio as suas publicações. Achei esta muito curiosa, como de um caso comum se faz uma crónica tão interessante.

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